De
que se tratam os termos acessibilidade e inclusão? No contexto da
educação especial, acessibilidade refere-se à transposições de
barreiras da pessoa deficiente para realização de seus objetivos.
Seja na utilização de um banheiro, num passeio na calçada de seu
bairro ou na conclusão de um curso superior.
Inclusão
refere-se no total atendimento da pessoa com deficiência ao
ponto de não existirem
dificuldades
maiores a
ela do que a
uma pessoa sem
deficiência. Ou
seja, um mundo em que quaisquer
que sejam
as diferenças,
não hajam
dificuldades
maiores a
ninguém.
Inclusão
não é um processo isolado, e sim parte de uma cultura que considera
todos os indivíduos diferentes entre si, e que cada um tem a sua
limitação (Livro
I,
Módulo
III).
A
acessibilidade apresenta seis dimensões (KELARA, 2003 apud SASSAKI,
2009), são elas: arquitetônica, comunicacional, metodológica,
instrumental, programática e atitudinal. Falarei brevemente das
dimensões arquitetônica e comunicacional em relação à cidade de
Votuporanga/SP.
A
dimensão arquitetônica refere-se ao acesso nos espaços físicos,
prédios, casas, calçadas etc. É comum vermos prédios públicos,
como escolas e unidades de saúde por exemplo, serem construídos já
atendendo às normas de acessibilidade. Porém muitas construções
antigas não atendem a essas normas e precisam ser adaptadas. Como
exemplo, na cidade de Votuporanga/SP a rua central e as praças vem
sendo reformadas atendendo à quem tem dificuldades de locomoção.
São construídas rampas de acesso e sinalizadas vagas para
estacionalmente. Porém em alguns bairros afastados do centro, as
calçadas por exemplo, não apresentam dimensões apropriadas para
cadeirantes e para uma adequação correta seria necessária a
reconstrução da calçada.
#PraCegoVer: A fotografia mostra uma rua com uma faixa de pedestres que liga duas calçadas largas. Em cada extremidade da faixa existe uma rampa de acesso com corrimão e piso tátil.
#PraCegoVer: Na fotografia é possível ver uma calçada estreita. Em um local existe uma árvore praticamentes no meio da calçada, em outro um poste também no meio da calçada.
A
dimensão comunicacional
consiste na relação interpessoal. Para cegos por exemplo, os bancos
e agência de correspondências saíram na frente quanto à
instalação de pisos táteis e placas em texto Braile. Mas são
poucas as instituições e lojas que apresentam esse tipo de
sinalização. A adequação é fácil, falta apenas a
conscientização da população quanto à sua importância. Em
relação à utilização de Libras (Língua Brasileira de Sinais),
na cidade existem diversos grupos de estudos realizados em igrejas e
em escolas (Exemplo: Na Unifev - Centro Universitário de Votuporanga
- e no Instituto Federal Câmpus Votuporanga através de cursos de
extensão).
#PraCegoVer: Na fotografia é possível ver uma calçada larga com piso tátil que vão até uma rampa de acesso com uma escadaria ao lado. As duas têm corrimão.
A inclusão acontecerá
de fato quando houver o atendimento de todas as dimensões da
acessibilidade. Em Votuporanga os esforços partem de diversas
vertentes, escolas, igrejas e poder público. A Secretaria de
Direitos Humanos vem fazendo esforços para realizar o atendimento a
pessoas com deficiência, como por exemplo, na utilização de
intérpretes (2016, jornal A Cidade). Com o seu comprometimento, a
conscientização da população e a utilização da tecnologia a
favor da acessibilidade (2015, Tecnomobi) por parte das escolas e
instituições de ensino, a situação atual do município pode
gradualmente melhorar ao longo do tempo.
Referências:
SASSAKI,
Romeu Kazumi. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e
educação. Revista Nacional de Reabilitação (Reação), São
Paulo, Ano XII, mar./abr. 2009, p. 10-16. Disponível
em
<https://acessibilidade.ufg.br/up/211/o/SASSAKI_-_Acessibilidade.pdf?1473203319>.
Acesso em 28 fev 2017.
DIÁLOGO
NORTE-SUL SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Declaração de Kochi.
Kerala,
2003
(Apud SASSAKI, 2009).
Jornal
A Cidade de Votuporanga. Disponível em
<http://www.acidadevotuporanga.com.br/cidade/2016/08/mais-de-mil-deficientes-auditivos-serao-beneficiados-n31004>.
Acesso em 28 fev 2017.
Tecnomobi
2015. Disponível em <http://vtp.ifsp.edu.br/tecnomobi/>.
Acesso em 28 fev 2017.